A origem da fábrica de sonhos

Quando se fala de Brasil, em qualquer lugar do mundo, a primeira idéia que as pessoas têm é de samba, futebol, mulheres bonitas e carnaval.

A festa cultural que passou a ser conhecida mundialmente como festa típica e folclórica da cultura brasileira, a atual fábrica de sonhos com alegorias e efeitos especiais, é uma festa de origem européia que nascera pagã em 605 a.C..

Este movimento cultural existe há muito tempo, desde a antiguidade, e nasceu dos cultos à agricultura na Grécia, quando os homens celebravam a fertilidade e produtividade de seus solos e só em 590 d.C. é adotada e acolhida pela igreja católica e passa a ser uma festa Cristã.

A origem da palavra “Carnaval” vem do latim medieval carnem levare ou carnelevarium que significa abstinência de carne, e refere-se ao fato de que na véspera da quarta-feira de cinzas começava-se a abstinência de carne por quarenta dias até a Páscoa, a conhecida quarentena da igreja católica

A primeira concentração carnavalesca aconteceu no Egito, foi nesta época que surgiram as máscaras, pois os foliões se disfarçavam querendo simbolizar uma inexistência das classes sociais, eles dançavam e cantavam em torno de fogueiras.

Com o passar do tempo a tradição foi se espalhando, e a divulgação da festa com as divisões de classes sociais e a presença do poder fez com que o sexo e as bebidas se tornassem presentes no Carnaval.

A igreja católica condenava a festa por seu caráter pecaminoso, mas admitia que não pudesse mais ser proibida, pois as pessoas já estavam envolvidas. Tentava-se então, conter a libertinagem, porém a característica do Carnaval que mais se destacava era a da alegria, com os risos e as brincadeiras.

Em 1840 foi feito o primeiro registro de baile de Carnaval no Brasil, e se deu devido à chegada da coroa portuguesa neste solo. A diversão era feita com foliões jogando água uns nos outros nas ruas, já os escravos comemoravam o acontecimento se sujando com polvilho e farinha de trigo.
As datas da festa eram determinadas de acordo com o calendário Gregoriano, com uma mobilidade para não coincidir com a Páscoa católica, o domingo de Carnaval deve ser exatamente sete domingos antes do domingo de Páscoa.

Os bailes de Carnaval eram sofisticados e feitos no Rio de Janeiro em teatros e hotéis e curiosamente não se dançava o tradicional samba, mas sim polcas, mazurcas, valsas, schottische, o único ritmo nacional que se dançava era o maxixe.

Foi em 1855 que surgiram no Brasil os primeiros clubes carnavalescos que deram origem as atuais Escolas de Samba, a primeira delas foi fundada em 1928 no bairro do Estácio e se chamava Deixa Falar, no começo do século XX já existiam os blocos de rua e os cordões.

Foi então que de uma adaptação de música teatral francesa, o ator Correia Vasques, em 1869, deu origem a primeira música de carnaval que ficou conhecida como Zé Pereira, música que é cantada até os dias de hoje.

A atual forma de comemoração do movimento cultural que tomou conta do Brasil era, desde antigamente, ardorosamente defendida pelo Jornalista José de Alencar que escrevia uma coluna para o “Jornal Mercantil”, enquanto outros profissionais o jornalismo defendiam o carnaval das Máscaras que acontecia em Veneza para evitar a violência das ruas. Atualmente o Carnaval é celebrado todos os anos, assim como no passado, independente da classe social das pessoas todas vivem com muita intensidade está época do ano. A folia é comemorada no Brasil inteiro, dividida regionalmente e culturalmente. As principais formas de comemoração do carnaval são manifestadas por bailes de salão, nas batalhas de flores, nos corsos e desfiles de carros alegóricos, maracatus, cordões, blocos, ranchos, frevos, troças, afoxés e, finalmente, nas escolas de samba. E tanto nas comemorações nordestina como nos desfiles do Rio de Janeiro e São Paulo o carnaval, a festa milionária, passou a ser mais democrático, mesmo porque, quem não tem dinheiro para participar diretamente da festa, pode acompanhar através dos meios de comunicação que abraçaram o movimento e acompanham todas as suas vertentes com muito afinco permitindo com que a população fique engajada a este movimento cultural.

Por Evelyn Jardim