Algumas coisas na vida são difíceis de serem controladas, duas dessas coisas são os pensamentos e os sentimentos. Por diversas vezes nos vemos impotentes por projetar situações em nosso subconsciente que, sem perceber, acabam nos levando a acreditar nessa pseudo-realidade. Isso acontece freqüentemente comigo e com todos os que têm o dom de imaginar. Várias vezes me pego sonhando, iludida e amarrada no mundo das emoções, basta um sorriso e pronto, estou no altar e vivendo feliz para sempre. Na verdade não é bem assim, eu sempre exagero um pouco, tanto na forma de sentir como na de contextualizar esses sentimentos, mas de fato acontece.
Desde 1999 cultivava um sentimento platônico por um garoto, era como se tivesse criado um personagem fictício do mundo da minha imaginação, um mito sem igual. O problema é que eu nunca tive vontade de tirá-lo da minha cabeça, mesmo sabendo que nossas vidas foram traçadas por linhas paralelas que nunca teriam um ponto em comum, ou seja, nunca se encontrariam. Mesmo assim, era melhor a dor de amar calada, sentir por sentir, simplesmente pra confortar. Saber que ele existe já me deixava satisfeita.
Alguns anos se passaram, dez anos para ser mais precisa, e nesse tempo não consegui nem ao menos um contato físico de um simples beijinho no rosto ou um amistoso abraço. Mesmo assim, usei a ferramenta que tinha em mãos e que aproximava e afastava ao mesmo tempo, de forma paradoxal os indivíduos da minha época, a internet. Mantive contato virtual com ele e quase todos os dias nos falávamos por MSN, nem que fosse apenas para dar um “oie”. Isso mantinha o nível de projeção platônica do amor que sentia por ele, alimentava tal sentimento.
Mesmo passado todo esse tempo sem vê-lo eu sempre imaginei o dia que o encontraria pessoalmente, seria como uma apresentação de dois desconhecidos, já que nunca conversamos ao vivo na época que estudamos no mesmo colégio. Não tive abertura para fazer um contato, pois eu me achava muito inferior a ele, feia e boba, enquanto ele era bonito, inteligente e bem relacionado. Apesar de seu vasto ciclo de amizades, aparentemente ele sempre passou ser uma pessoa arrogante, quieta e superior aos demais, dizem os amigos dele que era apenas timidez.
Neste mês, sem planejar e sem programar nada como já havia feito anteriormente, saí de casa, modéstia a parte arrumada, linda e cheirosa, para um aniversário de um colega de uma amiga minha e a primeira pessoa que vejo naquele ambiente íntimo e pequenininho foi ele, o grande amor platônico do passado. Na companhia de seu irmão, cunhada e uma garota, que fazia questão de mostrar para todos que era namorada dele há pouco tempo, porque só os casais recentes se esfregam e se beijam publicamente sem parar.
Não é despeito nem inveja, ela era uma moça bem bonita porém tinha traços característicos das meninas de 1999 com as quais ele costumava se relacionar, com cabelos longos, sem corte e escuro a moça magrela, meio desengonçada e pálida usava roupas que estavam na moda quando eu dançava loucamente as Spice Girls no colégio, assim como as roupas de uma ex-colegial do colégio arquidiocesano, calça clara com corte ultrapassado, jeans lavado (em plena balada), batinha “uó” estampada em um tecido parecido com viscose, saltinho “a lá” desempregada que procura uma vaga na área lá no Anhangabaú, e com o copo sempre cheio nas mãos, ou seja, uma dessas Sandys metidas a Amy Whinehouse.
Mesmo assim, eu não notava a namorada, só me dei conta da existência depois que estava deitada na casa da minha amiga, onde passei a noite por estar distante da minha casa. A princípio só prestei atenção nele e num primeiro momento senti minhas pernas tremerem devido a um descontrole total das minhas funções motoras. Não consegui olhar na sua cara, nem ao menos dar um “oie”, bem patético sabe? Daqueles que inúmeras vezes trocamos no MSN. Nada, nenhum contato olho no olho, os meus olhos fugiam dos deles a todo o momento. Achei que talvez ele nem me reconhecesse pessoalmente, ele que só me via por fotos na internet, senti certa fraqueza e claro, inferioridade, afinal esse é o único rapaz que, como diria Regis Danesi, mexe com minha estrutura.
O primeiro momento passou e eu me decepcionei com reencontro que, há uma década havia projetado nas minhas noites antes de dormir, enquanto sonhava acordada com o príncipe com cara de bad boy mal humorado. Enfim, não era tudo aquilo, e percebi que ou ele já não mexia mais com a minha estrutura ou sou eu que reforcei a base do meu alicerce para que essa tal estrutura se tornasse mais forte e seletiva, sendo assim inabalável e capaz de enxergar a imensidão de qualidades que há dentro de mim.
A principal lição de todas essas intermináveis e confusas seis horas, de uma noite de sábado de setembro de 2009 foi a de que às vezes vivemos em meio a tanta pressa que passamos a não saber mais quanto vale o que. As medidas perderam os seus valores, os pequenos sentimentos se engrandecem, os grandes se calam e às vezes por falta de valorização às nossas histórias, por mais simples que sejam, e momentos felizes acabamos a enxergar flores na beira de qualquer rio, dando importância aquilo que não é importante e mensurando o pequeno demais. Isso lá na frente só nos faz perceber que nem era tanto assim.
Desde 1999 cultivava um sentimento platônico por um garoto, era como se tivesse criado um personagem fictício do mundo da minha imaginação, um mito sem igual. O problema é que eu nunca tive vontade de tirá-lo da minha cabeça, mesmo sabendo que nossas vidas foram traçadas por linhas paralelas que nunca teriam um ponto em comum, ou seja, nunca se encontrariam. Mesmo assim, era melhor a dor de amar calada, sentir por sentir, simplesmente pra confortar. Saber que ele existe já me deixava satisfeita.
Alguns anos se passaram, dez anos para ser mais precisa, e nesse tempo não consegui nem ao menos um contato físico de um simples beijinho no rosto ou um amistoso abraço. Mesmo assim, usei a ferramenta que tinha em mãos e que aproximava e afastava ao mesmo tempo, de forma paradoxal os indivíduos da minha época, a internet. Mantive contato virtual com ele e quase todos os dias nos falávamos por MSN, nem que fosse apenas para dar um “oie”. Isso mantinha o nível de projeção platônica do amor que sentia por ele, alimentava tal sentimento.
Mesmo passado todo esse tempo sem vê-lo eu sempre imaginei o dia que o encontraria pessoalmente, seria como uma apresentação de dois desconhecidos, já que nunca conversamos ao vivo na época que estudamos no mesmo colégio. Não tive abertura para fazer um contato, pois eu me achava muito inferior a ele, feia e boba, enquanto ele era bonito, inteligente e bem relacionado. Apesar de seu vasto ciclo de amizades, aparentemente ele sempre passou ser uma pessoa arrogante, quieta e superior aos demais, dizem os amigos dele que era apenas timidez.
Neste mês, sem planejar e sem programar nada como já havia feito anteriormente, saí de casa, modéstia a parte arrumada, linda e cheirosa, para um aniversário de um colega de uma amiga minha e a primeira pessoa que vejo naquele ambiente íntimo e pequenininho foi ele, o grande amor platônico do passado. Na companhia de seu irmão, cunhada e uma garota, que fazia questão de mostrar para todos que era namorada dele há pouco tempo, porque só os casais recentes se esfregam e se beijam publicamente sem parar.
Não é despeito nem inveja, ela era uma moça bem bonita porém tinha traços característicos das meninas de 1999 com as quais ele costumava se relacionar, com cabelos longos, sem corte e escuro a moça magrela, meio desengonçada e pálida usava roupas que estavam na moda quando eu dançava loucamente as Spice Girls no colégio, assim como as roupas de uma ex-colegial do colégio arquidiocesano, calça clara com corte ultrapassado, jeans lavado (em plena balada), batinha “uó” estampada em um tecido parecido com viscose, saltinho “a lá” desempregada que procura uma vaga na área lá no Anhangabaú, e com o copo sempre cheio nas mãos, ou seja, uma dessas Sandys metidas a Amy Whinehouse.
Mesmo assim, eu não notava a namorada, só me dei conta da existência depois que estava deitada na casa da minha amiga, onde passei a noite por estar distante da minha casa. A princípio só prestei atenção nele e num primeiro momento senti minhas pernas tremerem devido a um descontrole total das minhas funções motoras. Não consegui olhar na sua cara, nem ao menos dar um “oie”, bem patético sabe? Daqueles que inúmeras vezes trocamos no MSN. Nada, nenhum contato olho no olho, os meus olhos fugiam dos deles a todo o momento. Achei que talvez ele nem me reconhecesse pessoalmente, ele que só me via por fotos na internet, senti certa fraqueza e claro, inferioridade, afinal esse é o único rapaz que, como diria Regis Danesi, mexe com minha estrutura.
O primeiro momento passou e eu me decepcionei com reencontro que, há uma década havia projetado nas minhas noites antes de dormir, enquanto sonhava acordada com o príncipe com cara de bad boy mal humorado. Enfim, não era tudo aquilo, e percebi que ou ele já não mexia mais com a minha estrutura ou sou eu que reforcei a base do meu alicerce para que essa tal estrutura se tornasse mais forte e seletiva, sendo assim inabalável e capaz de enxergar a imensidão de qualidades que há dentro de mim.
A principal lição de todas essas intermináveis e confusas seis horas, de uma noite de sábado de setembro de 2009 foi a de que às vezes vivemos em meio a tanta pressa que passamos a não saber mais quanto vale o que. As medidas perderam os seus valores, os pequenos sentimentos se engrandecem, os grandes se calam e às vezes por falta de valorização às nossas histórias, por mais simples que sejam, e momentos felizes acabamos a enxergar flores na beira de qualquer rio, dando importância aquilo que não é importante e mensurando o pequeno demais. Isso lá na frente só nos faz perceber que nem era tanto assim.
Por Evelyn Jardim
Um comentário:
Adoreiii, me identifiquei muito com vc!!!
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